Geoffrey Rush viverá Groucho Marx no cinema

O ator australiano Geoffrey Rush (“O Discurso do Rei”) foi contratado para viver Groucho Marx em “Raised Eyebrows”, filme sobre os últimos anos do lendário humorista. Baseado no livro de memórias de […]

Divulgação/Berlinale

O ator australiano Geoffrey Rush (“O Discurso do Rei”) foi contratado para viver Groucho Marx em “Raised Eyebrows”, filme sobre os últimos anos do lendário humorista.

Baseado no livro de memórias de Steve Stoliar, “Raised Eyebrows: My Years Inside Groucho’s House” vai se passar entre 1973 e 1977, quando o jovem Steve Stoliar conseguiu o emprego de seus sonhos. Neste período, ele foi assistente do comediante envelhecido e frágil, tornou-se seu amigo e testemunhou o relacionamento volátil do comediante com sua empresária Erin Fleming, que assumiu o comando da vida pessoal e profissional do irmão Marx mais famoso.

Marx e Fleming tiveram um relacionamento controverso na época. Ela era a dedicada namorada que virou empresária. E suas lutas cotidianas com Groucho estão na base da história, resultando em uma comédia de horrores sobre obsessão, amor, celebridade, doença mental, família e Hollywood.

O elenco também contará com Sienna Miller (“Atirador Americano”) como Fleming e Charlie Plummer (“Todo o Dinheiro do Mundo”) como Stoliar.

Já a direção ficou a cargo de Oren Moverman (“O Jantar”), que ainda assina o roteiro em parceria com Stoliar.

“É um prazer, uma honra, uma grande responsabilidade e provavelmente outra coisa também trabalhar com esse elenco incrível em uma história que pretende reintroduzir o gênio de Groucho Marx de uma maneira nova, provocativa e divertida tantos anos depois de sua morte”, disse Moverman em comunicado sobre o projeto. “Steve Stoliar deu ao mundo uma visão incrível de uma era passada. Se filmarmos corretamente, vamos estragar tudo de forma genial.”

O projeto estava em desenvolvendo desde 2015, quando Moverman trabalhava no roteiro, que na época o diretor de terror Rob Zombie (do primeiro remake de “Halloween”) deveria filmar.

A escalação de Rush no papel principal reflete a superação das acusações que o ator sofreu na Austrália em 2017, durante o auge do movimento #MeToo. Ele teve a carreira abalada após uma reportagem do tabloide Daily Telegraph de Sydney citar fontes anônimas para acusá-lo de assédio sexual.

O ator chegou a se demitir do cargo de presidente da Academia Australiana de Cinema. Mas foi à luta, processou o jornal e venceu.

O Daily Telegraph, que pertence ao grupo News Corp (donos da “nova” Fox), foi condenado a pagar o equivalente a US$ 1,9 milhão, a pena mais alta da História do país em processos do gênero, além de 850 mil dólares australianos concedidos na abertura da queixa.

O jornal acusou o ator de conduta imprópria não especificada em relação a uma colega de elenco, também não especificada, da peça “Rei Lear”, encenada pela Sydney Theatre Company em 2015. Segundo o advogado de Rush, a reportagem insinuava que o ator era um “grande pervertido” ou culpado de uma grande depravação, sem afirmar nada específico.

Ao apresentar sua decisão, o juiz Michael Wigney classificou as reportagens como “temerariamente irresponsáveis” e “jornalismo sensacionalista do pior tipo”.