Tom Lester (1938 – 2020)

O ator Tom Lester, que ficou conhecido pela série da década de 1960 “O Fazendeiro do Asfalto” (Green Acres), morreu nesta segunda (20/4) aos 81 anos. Ele estava na casa de sua […]

O ator Tom Lester, que ficou conhecido pela série da década de 1960 “O Fazendeiro do Asfalto” (Green Acres), morreu nesta segunda (20/4) aos 81 anos. Ele estava na casa de sua noiva e cuidadora em Nashville quando passou mal. O ator sofria há anos do Mal de Parkinson.

Lester nasceu no Mississípi, onde foi criado em uma fazenda. Cursou Química e Biologia e, ao se formar, virou professor. Mas apesar de todo o estudo, acabou ficando famoso como um caipira iletrado na TV.

A lenda diz que ele enfrentou a competição de mais de 400 atores para o papel que o consagrou, e só venceu por ser o único entre eles que sabia ordenhar uma vaca.

Mas não foi exatamente assim.

Depois de ir a Los Angeles e conhecer a professora de teatro Lurene Tuttle, Lester atuou em peças teatrais ao lado de Linda Kaye, filha de Paul Henning, o produtor que havia criado duas comédias rurais de grande audiência na rede CBS, “A Família Buscapé” e “Petticoat Junction”, e que estava planejando lançar um spin-off.

“Naquela época, Henning era o produtor de comédia mais poderoso do mundo”, disse Lester, em uma entrevista antiga. “Então ele veio ver a peça de Linda… e acabou gostando de mim, conheceu minhas pequenas idiossincrasias e tudo mais, porque nós passamos a ter pequenas festas na casa dele, bebíamos Coca-Cola, comíamos cachorros-quentes e passávamos um tempo juntos”.

Henning acabou escalando Lester num pequeno papel, que deveria durar só alguns episódios, já que a trama de “O Fazendeiro do Asfalto” era centrada em outros personagens, o casal formado por Oliver Arnold (Eddie Albert) e Lisa (Eva Gabor), um advogado bem-sucedido de Manhattan e sua elegante noiva que deixaram a cidade grande para viver numa fazenda falida perto de Hooterville.

O personagem de Lester, Eb Dawson, morava na fazenda, era amigo de um porco chamado Arnold e chamava Lisa e Oliver de pais. Mais importante que isso: ele era muito engraçado. Tanto que acabou fazendo mais sucesso que os protagonistas, levando os produtores a fixar o ator no elenco central.

O público gostou tanto do caipira vivido por Lester que seu personagem fez crossovers, aparecendo nas outras duas produções de Henning – em seis capítulos de “Petticoat Junction”, estrelada por sua amiga Linda Kaye, e em três de “A Família Buscapé”.

“O Fazendeiro do Asfalto” durou seis temporadas, de 1965 até 1971, mas ainda se manteve no ar por muitos e muitos anos em reprises.

Depois do cancelamento, o ator apareceu em outras séries, como “O Jogo Perigoso do Amor”, “Marcus Welby”, “Os Pioneiros” e “A Supermáquina”, mas nunca mais teve um papel fixo. Também não conseguiu emplacar carreira no cinema, apesar do sucesso de seu primeiro longa, “Benji, o Filme” (1974), que lançou o famoso astro canino do título.

Seu segundo filme só estreou 15 anos depois e foi um terror B, “Violência e Terror” (1989). E ele ainda apareceu em “Gordy: O Porquinho Herói” (1994), um ano antes de “Babe, o Porquinho Atrapalhado” (1995) virar blockbuster nos cinemas.

Mas a doença o atingiu cedo e os trabalhos se tornaram cada vez mais raros. Ele abandonou a produção artística para se recolher em sua vida pessoal, embora tenha ressurgido recentemente para um último papel de caipira, na comédia “Campin’ Buddies”, de 2014.