Assédio sexual e racismo dos responsáveis por Green Book voltam à tona na internet

O filme mais envolto em polêmicas da temporada de premiações, “Green Book – O Guia”, ganhou mais duas complicações, que foram resgatadas do passado pouco lisonjeiro dos responsáveis por sua realização. A […]

O filme mais envolto em polêmicas da temporada de premiações, “Green Book – O Guia”, ganhou mais duas complicações, que foram resgatadas do passado pouco lisonjeiro dos responsáveis por sua realização.

A internet trouxe à tona uma entrevista publicada em 1998 pela revista Newsweek, em que o diretor Peter Farrelly assumiu ter mostrado seu pênis para a atriz Cameron Diaz durante as filmagens de “Quem Vai Ficar Com Mary?”. Na ocasião, a atriz confirmou a situação.

O diretor, que até recentemente era mais conhecido por dirigir comédias idiotas, como “Debi e Lóide” e “O Amor É Cego”, defendeu-se dizendo que agora tenta se afastar do passado politicamente incorreto em que encorajava o público a rir sobre uma mulher obesa ou de esperma usado como gel de cabelo por Cameron Diaz.

Farrelly afirmou, em entrevista atual para revista The Cut, que mostrar o pênis para as atrizes não passava de uma pegadinha e que ele fez isso com outras pessoas. “Verdade. Eu era um idiota. Eu fiz isso há décadas e achava que estava sendo engraçado, mas a verdade é que estou constrangido e isso me envergonha atualmente. Eu sinto muitíssimo”, disse.

Já o roteirista Nick Vallelonga virou alvo de controvérsia devido a um tuíte xenófobo de 2015, em que apoiava afirmações do presidente Donald Trump sobre uma suposta comemoração de muçulmanos de Nova Jersey após a queda das Torres Gêmeas. “100% correto. Muçulmanos em Nova Jersey comemoraram quando as torres caíram. Eu vi, assim como você, provavelmente na CBS News local”, escreveu Vallelonga. Ele deletou sua conta no Twitter após ser desmentido por inúmeras pessoas.

“Green Book: O Guia” tem sido considerado um filme racista por militantes afro-americanos, apesar de sua mensagem aparentemente mostrar o contrário. Ele narra a viagem de um pianista negro pelo sul dos Estados Unidos, que contrata um motorista branco grosseirão para conduzi-lo na turnê. Ao longa da viagem, o branco aprende tolerância e deixa de ser racista.

O roteirista é filho do personagem que inspirou o motorista, mas a família do pianista Don Shirley protestou contra diversas supostas mentiras na retratação do artista negro. Além disso, “Green Book” está sendo chamado de novo “Conduzindo Miss Daisy”, um filme sobre redenção de branco, dirigido e escrito por brancos, que coloca negros em seus devidos lugares, como meros coadjuvantes de suas próprias histórias.

Vencedor do Globo de Ouro de Melhor Comédia ou Musical, o drama tem previsão de estreia no Brasil em 24 de janeiro.