Andrew G. Vajna (1944 – 2019)

Morreu o célebre produtor húngaro Andrew G. Vajna, que definiu o cinema americano dos anos 1980 e 1990 com seus filmes de ação. Responsável pelo lançamento de alguns dos maiores sucessos da […]

Morreu o célebre produtor húngaro Andrew G. Vajna, que definiu o cinema americano dos anos 1980 e 1990 com seus filmes de ação. Responsável pelo lançamento de alguns dos maiores sucessos da carreira de Sylvester Stallone e Arnold Schwarzenegger, Vajna morreu neste domingo (20/1) em sua casa em Budapeste, aos 74 anos.

Nascido em 1944 em Budapeste, Vajna deixou a Hungria com sua família após a insurreição contra os soviéticos em 1956, e estudou Cinema na famosa universidade UCLA, que geraria alguns dos maiores cineastas dos anos 1970 e 1980. Mas antes de se dedicar a filmes, teve vários outros negócios, demonstrando espírito empreendedor. Um desses negócios, uma fábrica de perucas, o levou até Hong Kong, onde adquiriu uma rede de cinemas e montou uma empresa de distribuição de filmes, finalmente entrando no setor.

Ao vender sua empresa de Hong Kong para a poderosa Golden Harvest Company em 1976, ele formou sua produtora americana, em parceria com Mario Kassar. A Carolco seria especializada em compra, venda e distribuição de filmes internacionais, e seus empregados iniciais incluíam a esposa de Vajna e a namorada de Kassar, que trabalhavam como suas secretárias. Quatro anos depois, a companhia foi considerada uma das quatro mais poderosas de Hollywood.

A primeira produção da Carolco foi simplesmente “Rambo: Programado para Matar”, em 1982. O filme estrelado por Sylvester Stallone virou um sucesso imenso, atingindo US$ 120 milhões em todo o mundo. Rapidamente, Vajna programou sua continuação, “Rambo II”, que rendeu mais que o dobro, US$ 300 milhões em 1985.

Vieram “Rambo III” (1988), “O Vingador do Futuro” (1990), “Alucinações do Passado” (1990), “Air America: Loucos Pelo Perigo” (1990), “The Doors” (1991), o fenômeno “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final” (1991), “Instinto Selvagem” (1992), “Chaplin” (1992), “Soldado Universal” (1992), “Risco Total” (1993), “O Último Grande Herói” (1993), “Stargate” (1994), até uma série de equívocos culminarem em “Showgirls” (1995).

Mas Vajna saiu antes do desastre. Ele queria fazer filmes mais artísticos e vendeu sua parte do negócio para Cassar, formando a Cinergi, em parceria com a Disney. Mas não teve o mesmo impacto. Seus maiores sucessos foram “Tombstone” (1993), “A Cor da Noite” (1994) e “Evita” (1996).

Depois de cerca de 40 filmes produzidos nos Estados Unidos, Vajna decidiu voltar para a Hungria nos anos 2000, embora ainda recebesse créditos por “O Exterminador do Futuro 3” (2003), “Instinto Selvagem 2” (2006) e “O Exterminador do Futuro: A Salvação” (2009).

Como aliado do primeiro-ministro Viktor Orban, foi nomeado comissário de Estado do Cinema em 2011, tornando-se um dos responsáveis pelo aumento significativo de produções do cinema húngaro e por cofinanciar os ultramodernos estúdios Korda, que passaram a atrair grandes produções para filmagens em Bucareste.

No papel de presidente da Fundação Nacional de Cinema do país, Vajna copatrocinou o filme “O Filho de Saul”, que venceu o Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira em 2016.