Estreias | Filme de Sérgio Mallandro e “Assassino Por Acaso” chegam aos cinemas

Programação destaca boas comédias e também inclui o lançamento de seis filmes brasileiros

Divulgação/Netflix

A programação desta quinta (13/6) traz uma série de estreias de filmes brasileiros, com destaque para duas produções de maior apelo popular: as comédias “Mallandro: O Errado Que Deu Certo”, estrelada por Sérgio Mallandro, e “Avassaladoras 2.0”, com elenco de jovens influenciadores. A lista ainda inclui uma nova obra LGBTQ+ do diretor de “Hoje Eu Não Quero Voltar Sozinho” e três lançamentos de cineastas estreantes. Entre os títulos internacionais, o principal lançamento é “Assassino Por Acaso”, comédia com o astro americano do momento, Glen Powell, além da volta da cineasta italiana Liliana Cavani aos 91 anos de idade, após mais de duas décadas sem lançar filmes.

 

ASSASSINO POR ACASO

 

Baseada em uma história real, a comédia de ação e romance do diretor Richard Linklater (“Boyhood”) é um dos filmes comerciais mais bem-avaliados do ano, com 97% de aprovação no Rotten Tomatoes. Na trama, o astro do momento nos Estados Unidos, Glen Powell (“Top Gun: Maverick”), vive Gary, um professor que se disfarça de assassino de aluguel para ajudar a polícia a prender em flagrante as pessoas que contratam os seus serviços. No entanto, a missão toma um rumo inesperado quando ele conhece Madison (Adria Arjona, de “Esquadrão 6”), uma mulher desesperada para se livrar de seu marido abusivo. A química entre Gary e Madison coloca em risco sua identidade secreta e o envolve em um perigoso jogo de gato e rato.

Além de estrelar, Powell também co-escreveu o roteiro, que surpreende positivamente pela combinação única de humor, romance e ação.

 

MALLANDRO: O ERRADO QUE DEU CERTO

 

A comédia traz Sérgio Mallandro como uma versão fictícia de si mesmo. Enfrentando dificuldades financeiras, o apresentador decide trabalhar como motorista de aplicativo, mas não consegue ser levado a sério, porque, mesmo disfarçado, sempre acaba sendo reconhecido pelos passageiros. Entretanto, ele ganha uma nova oportunidade de voltar à televisão, apresentando um programa de auditório numa emissora pequena. Só que, no desespero para atrair audiência, acaba eletrocutando a si mesmo e fica entre a vida e a morte. Graças a uma participação especial de Xuxa, ele consegue sobreviver, mas desperta no hospital sem seus “poderes”, incapaz de falar nenhum de seus famosos bordões. Com isso, precisará se reinventar para conseguir uma última chance na carreira artística.

Além de Xuxa, o filme de Marco Antônio Carvalho (assistente de “Cinderela Pop” e “Diários de Intercâmbio”) conta com participações de Zico, Lúcio Mauro Filho (“A Grande Família”), Fernando Caruso (“Zorra”), Zéu Brito (“Ó Paí, Ó”), Nany People (“Vai que Cola”) e André Mattos (“A Infância de Romeu e Julieta”).

 

AVASSALADORAS 2.0

 

A diretora Mara Mourão volta ao universo de “Avassaladoras” com uma nova história, desta vez focando influenciadores jovens e com duas influencers de verdade nos papéis principais, Fefe Schneider (“Mamonas Assassinas: O Filme”) e Bibi Tatto (“#PartiuFama: Cancelado no Amor”). Enquanto o filme original de 2002 abordava as desventuras românticas de quatro amigas em busca do amor verdadeiro, a nova produção foca em Bebel (Fefe), uma adolescente apaixonada pelo influenciador ambiental J-Crush, vivido por Murilo Bispo (“O Melhor Verão de Nossas Vidas”). Bebel, que vive nos Estados Unidos, troca mensagens com J-Crush fingindo ser uma atriz em ascensão. Contudo, seus planos são desfeitos quando sua mãe (Juliana Baroni, “Cúmplices de um Resgate”) decide passar férias no Brasil, onde sua farsa é descoberta.

Durante a tentativa de reconquistar J-Crush, Bebel conta com a ajuda de sua melhor amiga Lu (Bibi) e da mãe dela (Danielle Winits, “Os Farofeiros”). Ao longo da história, segredos são revelados e as personagens descobrem mais sobre si mesmas e sobre os laços que as unem. O filme traz temas contemporâneos como o impacto das redes sociais, sustentabilidade e questões de fake news, trazendo uma mensagem mais profunda do que apenas uma comédia romântica. A diretora Mara Mourão destacou que trabalhar com jovens influenciadores trouxe um novo dinamismo para o projeto, combinando técnicas tradicionais de atuação com a experiência de palco virtual dos novos talentos​.

 

13 SENTIMENTOS

 

O novo trabalho LGBTQ+ do diretor Daniel Ribeiro, conhecido pelo sucesso “Hoje Eu Quero Voltar Sozinho” (2014), aborda a vida de João, um cineasta que, após o fim de um relacionamento de 10 anos, enfrenta os desafios dos encontros modernos e a busca por um novo amor através de aplicativos. Ribeiro utiliza uma narrativa metalinguística, refletindo a tentativa de João de controlar sua vida como se fosse um filme.

“13 Sentimentos” destaca-se pela representação realista e sensível das relações homoafetivas, abordando temas de amor, perda e autodescoberta. Com um elenco diverso e talentoso, incluindo Artur Volpi (“Segunda Chamada”), Michel Joelsas (“Que Horas Ela Volta?”) e Marcos Oli (“As Five”), a produção explora as dinâmicas dos relacionamentos gays no Brasil contemporâneo.

 

UMA VIDA DE ESPERANÇA

 

O drama “inspirador” americano acompanha uma cabeleireira determinada que, após descobrir a difícil situação financeira de um pai viúvo, cuja filha está criticamente doente, decide mobilizar sua comunidade para ajudar a salvar a vida da menina. Ela enfrenta desafios significativos, incluindo a arrecadação de fundos e a superação de uma tempestade de neve, para garantir que a jovem receba o transplante de fígado que necessita.

Dirigido por Jon Gunn (“Em Defesa de Cristo”) e com Hilary Swank (“Alasca: Em Busca da Notícia”) e Alan Ritchson (“Richter”) nos papéis principais, a produção agradou a crítica americana (84% de aprovação no Rotten Tomatoes) por enfatizar a força da comunidade e o poder da solidariedade em tempos de crise. A atuação de Hilary Swank é particularmente elogiada por sua profundidade emocional, trazendo autenticidade e sensibilidade à personagem, que enfrenta seus próprios dilemas pessoais e encontra um propósito maior ao unir esforços para a causa nobre.

 

A ORDEM DO TEMPO

 

O retorno da cineasta italiana Liliana Cavani à direção após mais de 20 anos se passa em uma vila à beira-mar onde um grupo de amigos se reúne para celebrar o aniversário de 50 anos de Elsa. A reunião toma um rumo inesperado quando descobrem que o mundo pode estar prestes a acabar em poucas horas. Esse cenário faz com que o tempo pareça fluir de maneira diferente para cada um deles, entre momentos de velocidade e eternidade.

O elenco é composto por renomados atores italianos e internacionais, incluindo Alessandro Gassmann (“O Caravaggio Roubado”), Claudia Gerini (“Sob o Sol de Toscana”), Edoardo Leo (“Perfeitos Desconhecidos”), Kseniya Rappoport (“A Dupla Vida de Veronique”), Richard Sammel (“Bastardos Inglórios”), Valentina Cervi (“Jane Eyre”), Fabrizio Rongione (“Dois Dias, Uma Noite”), Francesca Inaudi (“O Quarto do Filho”), Angeliqa Devi (“Todo Mundo Ama Diamantes”) e Ángela Molina (“Blancanieves”).

Conhecida por seu estilo provocador, Cavani é mais lembrada por clássicos controversos, como “O Porteiro da Noite” (1974), sobre a relação sadomasoquista entre uma sobrevivente do Holocausto e um ex-capitão nazista, e “Berlin Affair” (1985), sobre romance lésbico na Alemanha nazista. Além da sexualidade, a cineasta também explorou a espiritualidade em “Francesco” (1989), que trouxe Mickey Rourke como São Francisco de Assis. Seu último trabalho no cinema tinha sido “O Retorno do Talentoso Ripley” (2002), baseado na obra de Patricia Highsmith. Ela está com 91 anos de idade.

 

RAPTO

 

O thriller francês gira em torno de Lydia, interpretada por Hafsia Herzi (“O Segredo do Grão”), uma parteira parisiense cuja vida se desestabiliza após ser abandonada pelo namorado. Em meio ao caos emocional, Lydia se apega ao bebê recém-nascido de sua melhor amiga Salomé (Nina Meurisse, de “Camille”). A situação se complica quando Lydia mente para Milos (Alexis Manenti, de “Os Miseráveis”), um motorista de ônibus e antigo caso de uma noite, dizendo que ela deu à luz e ele é o pai da criança. Essa mentira leva Lydia a um caminho de autodestruição.

A narrativa é contada com uma tensão crescente, reforçada pela voz de Milos, que conta a história em uma tentativa de entender como uma mentira levou a consequências tão sérias. Lançado na Semana da Crítica em Cannes, a obra destaca a performance sutil e poderosa de Herzi e a direção confiante de Iris Kaltenbäck em sua estreia em longa-metragem. Foi indicado ao César (o Oscar francês) de Melhor Primeiro Filme.

 

ATREVIDA – A PAIXÃO NÃO TEM REGRAS

 

O filme russo segue Elya Tsvetaeva, uma ativista ecológica que se envolve em um confronto com o chefe de uma empresa de construção, que planeja desenvolver um projeto em um parque florestal antigo. Determinada a proteger o parque, ela destrói os planos, o que desperta o interesse do empreiteiro. Ele propõe um acordo: passar sete dias românticos juntos, e se ela não se apaixonar ao final do período, ele abandonará o projeto.

A produção com um toque de comédia romântica e erotismo recebeu críticas negativas devido à falta de sutileza do enredo, apesar da química entre os protagonistas, Alexander Petrov e Anastasiya Reznik. Dirigido por Dmitriy Suvorov (“Missão Ártica”), teve uma boa bilheteria na Rússia, arrecadando aproximadamente US$ 3,5 milhões.

 

A SEMENTE DO MAL

 

O raro exemplar de terror do cinema português, geralmente avesso ao gênero, acompanha Edward (Carloto Cotta, de “Elite”), que foi raptado quando bebê e hoje mora em Nova York. Ele embarca para Lisboa com sua namorada Ryley (Brigette Lundy-Paine, de “Atypical”) para encontrar sua família biológica, incluindo sua mãe (Anabela Moreira, de “Viver Mal”) e seu irmão gêmeo (também interpretado por Carloto Cotta). Eles se instalam no palacete da família nas montanhas, onde Edward descobre segredos macabros que os ligam.

Explorando temas de incesto e segredos familiares, o enredo padrão enfatiza uma atmosfera gótica, marcada por uma casa sinistra e habitantes locais que tremem ao mencioná-la, além de sonhos perturbadores e premonitórios. O longa tem direção de Gabriel Abrantes (“Diamantino”) e ainda inclui a atriz Alba Baptista (“Warrior Nun”) em flashbacks, como a versão jovem da mãe.

 

PORTO PRÍNCIPE

 

O primeiro longa-metragem dirigido por Maria Emília de Azevedo mergulha o espectador na história de Bertha, uma viúva interpretada por Selma Egrei (“Pantanal”), que luta para manter sua chácara na isolada serra catarinense. Pressionada por seu filho para se mudar para uma área mais privilegiada em Florianópolis, Bertha encontra uma nova perspectiva ao acolher Bastide, um imigrante haitiano interpretado pelo estreante Diderot Senat. A amizade improvável entre Bertha e Bastide desafia as convenções sociais e culturais, criando uma narrativa poderosa sobre a conexão humana e a superação de barreiras raciais e xenofóbicas.

 

O ANEL DE EVA

 

Após a morte de seu pai adotivo, Eva Vogler (Suzana Pires, de “Casa Grande”) recebe um relicário com um bilhete misterioso que diz para abri-lo somente se necessário. Dentro do relicário, ela encontra um anel com um brasão nazista e fotos que sugerem sua mãe biológica, uma mulher negra entre crianças brancas em uma fazenda. A investigação leva Eva à Fazenda do Alpendre, onde Martin Hirsch (Odilon Wagner, de “Segundo Sol”), um velho alemão, possui respostas cruciais e representa um perigo para sua jornada de autodescoberta. O primeiro longa de Duflair Barradas explora temas de identidade e pertencimento num contexto de suspense e mistério.

 

A ESTAÇÃO

 

A trama se passa em uma estação fictícia chamada Vila Clemência, onde a protagonista Sofia (Jimena Castiglioni) chega de mala em punho, esperando pegar um trem. Só que o trem não passa. Ela acaba ficando um dia, dois, vários, enfrentando situações inesperadas que a fazem refletir sobre o acaso e o controle que temos sobre nossas vidas. O primeiro longa de Cristina Maure (do curta premiado “Rio das Mulheres”) foi rodado em preto e branco durante a pandemia, refletindo as incertezas e os confinamentos humanos.