Estreias | “A Casa do Dragão”, “Bridgerton” e “The Boys” marcam semana concorrida no streaming

A lista de lançamentos ainda inclui a primeira série de Jake Gyllenhall e uma produção sobre a história das facções criminosas no Brasil

Divulgação/Max

A programação desta semana está concorrida no streaming, com a estreia de novos episódios do principal título da Max, “A Casa do Dragão”, do líder de audiência da Netflix, “Bridgerton”, e o carro-chefe da Prime Video, “The Boys”. A lista tem 6 séries e 4 filmes, um Top 10 que ainda inclui a primeira série da carreira de Jake Gyllenhall e uma produção sobre a história das facções na Globoplay. Já os filmes são um elogiado terror argentino na Netflix e três lançamentos em VOD.

 

SÉRIES

 

A CASA DO DRAGÃO 2 | MAX

 

Um dos retornos mais aguardados do ano, a série derivada de “Game of Thrones” chega à 2ª temporada em clima de antecipação de uma guerra incendiária. Com a família Targaryen dividida, os adversários se reforçam para enfrentar uma grande batalha com dragões pelo trono dos Sete Reinos. Um dos aliados mais buscados pelos dois exércitos é o do senhor de Winterfell, Cregan Stark (Tom Taylor, de “A Torre Negra”), novo personagem que ainda precisará se decidir de qual lado ficará neste conflito.

“A Casa do Dragão” é baseada em “Fogo & Sangue”, livro que conta a história da família Targaryen – personagens da saga “As Crônicas de Gelo e Fogo”, que deu origem a “Game of Thrones” – e acompanha a luta pelo poder em Westeros, travada entre os exércitos de dois irmãos, o jovem Rei Aegon II (Tom Glynn-Carney) e a preterida Rhaenyra (Emma D’Arcy), herdeira legítima do trono de ferro, que tem a seu lado o marido ambicioso, o Príncipe Daemon Targaryen (Matt Smith).

Os novos episódios adaptam uma trama sangrenta do escritor George R.R. Martin, conhecida pelos leitores da saga como “Sangue e Queijo”. Na obra literária, os personagens apelidados de Sangue e Queijo são responsáveis ​​por armar um plano de vingança contra a Rainha Alicent (Olivia Cooke), o Príncipe Aemond (Ewan Mitchell), o Rei Aegon II e seus aliados, em nome de Daemon e Rhaenyra, após o assassinato do filho do casal, Lucerys, por Aemond.

A série foi criada pelo roteirista Ryan J. Condal (criador da sci-fi “Colony”) com consultoria de George RR Martin (autor dos livros), e se tornou o maior sucesso da HBO em 2022. Em sua 2ª temporada, ela será mais curta, com apenas oito episódios, dois a menos do que a temporada anterior. A redução foi concebida como parte de um plano de longo prazo, com o objetivo de garantir antecipadamente a renovação para o 3º ano de produção.

 

THE BOYS 4 | PRIME VIDEO

 

A série mais popular da plataforma da Amazon retorna ainda mais politizada e sangrenta, com esguichos encarnados jorrando de forma farta e gratuita. A violência é incentivada pelo Capitão Pátria (Homelander em inglês, vivido por Antony Starr), que decide mudar a imagem dos super-heróis, de guardiões benevolentes para deuses irados da humanidade. Ecoando o momento nos Estados Unidos, a trama se passa durante uma eleição presidencial, o que torna as metáforas pouco sutis ainda mais claras e escancara a exploração de temas políticos controversos, com aborto, racismo, feminismo, fake news e manipulação da mídia. Para não deixar dúvidas, o criador Eric Kripke (que também criou “Supernatural”) admitiu que se trata de uma crítica ao trumpismo.

Diante da falta de limites dos super-heróis, o governo apela para os boys de Billy Bruto (Billy Butcher em inglês, vivido por Karl Urban). Com poucos meses de vida pelo uso indiscriminado de V sintético, uma droga que lhe dava poderes temporários, Billy precisa fazer o resto da equipe que traiu voltar a confiar nele, além de superar a perda do filho de Becca, que se aliou ao pai biológico, Capitão Pátria. Para isso, ele recebe o incentivo de uma arma poderosa: um vírus que mata super-heróis, desenvolvido no spinoff “Gen V”.

A temporada ainda marca a estreia das atrizes Susan Heyward (“Orange Is the New Black”) e Valorie Curry (“The Lost Symbol”) como as super-heroínas Sister Sage e Firecracker, novas integrantes dos Sete e aliadas do Capitão Pátria, além de Jeffrey Dean Morgan (o Negan de “The Walking Dead”) como um antigo parceiro de Billy Bruto.

 

BRIDGERTON 3 – PARTE 2 | NETFLIX

 

O final da 3ª temporada de “Bridgerton” se passa após Penelope Featherington (Nicola Coughlan) conquistar o coração de Colin Bridgerton (Luke Newton). Entretanto, seu segredo como Lady Whistledown, autora dos folhetos de fofocas que agitam a sociedade, ainda pode colocar seu relacionamento em risco. O pior se desenha quando Eloise (Claudia Jessie), irmã de Colin, ameaça revelar sua identidade secreta, o que abalaria os círculos sociais e o romance entre o casal.

A história da temporada é uma adaptação de “Os Segredos de Colin Bridgerton”, o quarto livro de Julia Quinn. Depois de adaptar “O Duque e Eu”, o primeiro livro da saga literária, com foco em Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor), a filha mais velha da família Bridgerton, e “O Visconde que Me Amava”, em que o solteiro mais cobiçado da temporada de bailes é Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey), a série volta seu foco para um novo par romântico.

A decisão de pular um livro faz sentido no contexto da série, já que a relação de Penelope e Colin teve mais desenvolvimento nas duas primeiras temporadas do que o arco de Benedict (Luke Thompson), foco do terceiro volume, “Um Perfeito Cavaleiro”. A trama agora se aprofunda no relacionamento de Penélope com seu melhor amigo e paixão de longa data.

As novas adições ao elenco incluem Daniel Francis (“Fique Comigo”), Sam Phillips (“The Crown”), James Phoon (“Wreck”), Hannah Dodd (“O Jardim dos Esquecidos: A Origem”), nova intérprete da personagem Francesca Bridgerton, e Hannah New (“Black Sails”). Mas a maior surpresa é Masali Baduza (“A Mulher Rei”), introduzida no final da temporada como uma personagem importante para o futuro da série – e que originalmente era um homem, abrindo caminho para um romance lésbico que não existe nos livros da franquia.

 

ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA | APPLE TV+

 

A minissérie de suspense criminal “Acima de Qualquer Suspeita” é uma nova adaptação do romance homônimo de Scott Turow, um fenômeno editorial em seu lançamento em 1987, que já ganhou uma versão de cinema com o mesmo título em 1990, com direção de Alan J. Pakula e com Harrison Ford no papel principal. A nova versão é protagonizada e produzida por Jake Gyllenhaal, que foi coberto de elogios pela crítica por seu desempenho, ao estrelar a primeira série de sua carreira.

O thriller acompanha a história do promotor-chefe Rusty Sabich em sua jornada envolvendo um assassinato horrível. Uma colega foi encontrada estuprada e morta em seu apartamento. Ele assume a responsabilidade pela investigação, entretanto não consegue evitar que a polícia saiba de seu envolvimento pessoal com a vítima. O promotor casado tinha um affair com a colega. Mesmo colocando um policial amigo no comando da investigação, logo Sabich passa a ser tratado com um dos suspeitos do crime, e precisa lutar pela sua inocência e reputação, enquanto tenta manter a família e o casamento intactos.

Criada por David E. Kelley (“Little Big Lies”) e produzida por J.J. Abramas (“Star Wars: A Ascensão Skywalker”), a produção também destaca em seu elenco Ruth Negga (“Preacher”), Bill Camp (“O Gambito da Rainha”), Elizabeth Marvel (“A Cor Púrpura”), Peter Sarsgaard (“Batman”), O-T Fagbenle (“Viúva Negra”), Lily Rabe (“American Horror Story”) e Renate Reinsve (“A Pior Pessoa do Mundo”).

 

O JOGO QUE MUDOU A HISTÓRIA | GLOBOPLAY

 

O drama de ficção sobre o surgimento das facções no Rio de Janeiro se passa entre os anos de 1977 e 1989, e mostra como a mistura de presos políticos e criminosos condenados serviu de inspiração para a Falange Vermelha e toda a revolução criminal que se seguiu. Tudo começa no presídio de Ilha Grande, durante a ditadura militar, até chegar no campo de futebol do título. Quando comunidades vizinhas se enfrentam num campeonato da favela, a rivalidade corriqueira entre Parada de Lucas e Vigário Geral repercute as divisões e violência instauradas nas cadeias, onde acontecem até decapitações.

Apesar do contexto realista, a trama desenvolvida pela equipe de “Arcanjo Renegado”, o roteirista José Júnior e o diretor Heitor Dhalia, também fará crossover com outras atrações do Globoplay, incluindo personagens de “A Divisão” e “Arcanjo Renegado”.

A produção é a mais cara já feita pela plataforma e conta com um elenco grandioso, que inclui, entre outros, Raphael Logam (“Impuros”), Alli Willow (atriz franco-americana de “Bacurau”), Jonathan Azevedo (“Verdades Secretas 2”), Marcelo Serrado (“Galeria Futuro”), Vanessa Giacomo (“Filhas de Eva”), Bukassa Kabengele (“Pacificado”), Ravel Andrade (“Betinho: No Fio da Navalha”), Otávio Müller (“Nas Ondas da Fé”), Natália Lage (“A Divisão”), Rômulo Braga (“DNA do Crime”), o ex-BBB Babu Santana (“Tim Maia”) e muitos outros, incluindo vários jogadores veteranos de futebol, como Cafu, Djalminha e Grafite.

 

PESADELOS E DEVANEIOS DE JOKO ANWAR | NETFLIX

 

Joko Anwar é um renomado diretor, roteirista e produtor indonésio, que ganhou destaque ao enveredar pelo terror em filmes como “Os Escravos de Satanás” (2017) e “Impetigore – Herança Maldita” (2019). Seus filmes são caracterizados por uma atmosfera de intenso suspense e horror psicológico, que utilizam elementos tradicionais do folclore indonésio e crenças sobrenaturais para criar narrativas assustadoras e profundamente enraizadas na cultura local.

Essas características são exploradas em “Pesadelos e Devaneios”, uma antologia de caráter autoral, que segue o estilo de “Além da Imaginação” (The Twilight Zone). Cada episódio apresenta uma história única sobre pessoas comuns que se deparam com fenômenos estranhos, culminando em um final unificador. Anwar explicou que a série explora novos territórios no cinema indonésio, inspirada por sua curiosidade sobre alienígenas e fenômenos inexplicáveis. O elenco inclui nada menos que 65 atores, entre eles Ario Bayu (“Gundala”), Asmara Abigail (“Os Escravos de Satanás”) e Marissa Anita (“Folklore”).

 

FILMES

 

RIVAIS | VOD*

 

O drama picante acompanha a história de três jogadores de tênis que se envolvem em um triângulo amoroso enquanto enfrentam as tensões do mundo esportivo. Zendaya (“Duna”) interpreta Tashi Duncan, uma tenista prodígio que, após se machucar e encerrar precocemente a carreira, torna-se uma treinadora implacável dentro e fora das quadras. Ela é casada com o campeão Art, que lida com uma série de derrotas nos últimos anos. Enquanto busca uma redenção para o marido no esporte, uma reviravolta surpreendente acontece quando ele é desafiado pelo fracassado Patrick, ex-melhor amigo de Tashi e que também já foi seu namorado. Para completar, Patrick pede para ser treinado por Tashi, enquanto também se envolve com ela. Mike Faist (“West Side Story”) interpreta Art e Josh O’Conner (“The Crown”) vive Patrick.

O primeiro roteiro produzido por Justin Kuritzkes, marido da cineasta Celine Song (de “Vidas Passadas”), retrata os pretendentes ofegantes por Tashi, a imagem da perfeição dentro e fora da quadra, que os surpreende pela ousadia. Entre cenas de idas e vindas no tempo, Tashi deixa claro que tem o controle total sobre a dinâmica sexual desse trio. E brinca com os meninos por prazer. A performance é um triunfo de Zendaya, que demonstra toda a sua maturidade como atriz.

A direção é de Luca Guadagnino, conhecido por “Até os Ossos” (2022) e “Me Chame Pelo Seu Nome” (2027), e que foi tão fundo no jogo de sedução que recebeu uma classificação indicativa para maiores (R-Rated) nos cinemas dos Estados Unidos.

 

O MAL QUE NOS HABITA | NETFLIX

 

O terror argentino mergulha o espectador em uma atmosfera rural carregada de tensão e medos ancestrais. Dirigido e roteirizado por Demián Rugna, que ganhou boa reputação no gênero com “Aterrorizados” (2017), o filme se passa em uma região isolada da Argentina, onde dois irmãos se deparam com sinais de uma presença maligna após escutarem disparos na calada da noite. Sem demora, eles encontram uma cena macabra que sinaliza o início de uma série de eventos sobrenaturais ligados a uma possessão demoníaca que assola a comunidade local.

A história evolui a partir da descoberta de um jovem moribundo, conhecido como “podre”, vítima de uma entidade demoníaca que busca se manifestar fisicamente. Na tentativa de conter essa ameaça, os irmãos se veem enredados em uma trama de desespero e violência, onde cada decisão os leva a enfrentar consequências cada vez mais terríveis. O filme explora temas de exorcismo e influências malignas de forma inovadora, evitando clichês do gênero e construindo um enredo onde as crenças populares e os rituais de proteção se misturam com a urgência de combater um mal que se espalha como praga.

Rugna cria uma atmosfera opressora, onde o medo e a paranoia se manifestam tanto nas paisagens desoladas quanto nos atos extremos de violência. “Quando o Mal Espreita” se destaca não apenas pela sua abordagem original da possessão demoníaca, mas também pelo modo como insere o espectador em um cenário onde o horror é palpável e a luta pela sobrevivência se entrelaça com a perda da inocência e da humanidade. Com sua narrativa ágil e momentos de tensão ininterrupta, atingiu 97% de aprovação da crítica, na média ponderada pelo Rotten Tomatoes.

 

PRIMEIRO AMOR, O ÚLTIMO YAKUZA | VOD*

 

O novo longa do cultuado diretor japonês Takashi Miike segue sua marca registrada de misturar gêneros para criar uma narrativa imprevisível e estilizada. Ele combina ação frenética, humor negro e momentos de romance em uma trama cheia de reviravoltas e violência. O enredo acompanha Leo (Masataka Kubota, de “Samurai X: O Filme”), um jovem boxeador com um tumor terminal, que encontra por acaso Monica (Sakurako Konishi, de “Consumidas pelo Fogo”) na ruas de Tóquio. Jovem forçada à prostituição para pagar as dívidas do pai, Monica se envolve em um esquema de tráfico de drogas devido ao seu cafetão e um policial corrupto, que planejam roubar a yakuza. Durante a execução do plano, ela foge e é perseguida por diversos criminosos. Leo intervém quando a vê em perigo, iniciando uma noite caótica em que ambos são caçados por mafiosos, policiais corruptos e assassinos, todos conectados pelo roubo de drogas que deu errado.

A direção de Miike mantém a tensão alta, com cenas de luta bem coreografadas e ritmo acelerado. A cinematografia é vibrante e estilizada, complementando a natureza intensa e muitas vezes surreal da história. Embora os filmes de Miike costumem dividir opiniões, este teve aprovação unânime, com 98% de críticas positivas no Rotten Tomatoes.

 

AUMENTA QUE É ROCK’N’ROLL | VOD*

 

O filme aborda a história da rádio Fluminense FM nos anos 1980. Conhecida como “a Maldita”, a rádio foi fundada em 1982 e se tornou a primeira FM especializada em rock no Brasil – um ano antes da gaúcha Ipanema FM e três anos antes da paulista 89 FM. A emissora chegou a se tornar a segunda rádio mais ouvida no Brasil e tocava em sua programação até fitas demo de bandas novas, entre elas Legião Urbana e Biquíni Cavadão – bem antes de suas primeiras gravações oficiais. O resumo cinematográfico é baseado no livro autobiográfico de Luis Antonio Mello, fundador da “Maldita”, que deixou a rádio depois do primeiro Rock in Rio, em 1985. Acompanhando o apogeu e a queda da geração mais popular do rock brasileiro, a Fluminense durou apenas até 1990.

“Aumenta que é Rock’n’Roll”, cujo título lembra uma música da época, gravada por Celso Blues Boy (“Aumenta que Isso Aí é Rock’n’Roll”), tem direção de Tomás Portella (“Operações Especiais”, “Desculpe o Transtorno”) e destaca em seu elenco Johnny Massaro (“O Filme da Minha Vida”) como Luiz Antônio, um radialista atrapalhado, que inesperadamente se vê no comando de uma estação de rádio falida e caindo aos pedaços. Contando apenas com sua paixão pelo rock, mas com estratégias inovadoras (como locução exclusivamente feminina) e uma equipe muito louca, ele cria a Fluminense FM. Apesar do tom de comédia, a produção retrata a essência da revolução musical dos anos 1980 – com direito a uma trilha sonora bastante representativa da época.

O elenco também conta com Marina Provenzano (“Bom Dia, Verônica”), Adriano Garib (também de “Bom Dia, Verônica”), George Sauma (“Sai de Baixo: O Filme”), João Vitor Silva (“Impuros”) e Flora Diegues (“O Grande Circo Místico”). Por sinal, este foi o último trabalho de Flora, filha do diretor Cacá Diegues e da produtora Renata Magalhães, que faleceu em 2019, vítima de um câncer.

 

 

* Os lançamentos em VOD (video on demand) podem ser alugados individualmente em plataformas como Apple TV, Claro TV+, Google Play, Loja Prime, Microsoft Store, Vivo Play e YouTube, entre outras, que funcionam como locadoras digitais sem a necessidade de assinatura mensal.