“Bridgerton” troca gênero de personagem e cria casal lésbico inexistente nos livros

A produção da Netflix dividiu fãs ao trocar personagem masculino por feminino e afetar diretamente o rumo das próximas temporadas

Divulgação/Netflix

O final da 3ª temporada de “Bridgerton” estreou na madrugada desta quinta-feira (13/6), na Netflix, e após um mês de espera, os fãs foram surpreendidos com novos desdobramentos da série de época. É que, paralelamente ao romance entre Colin Bridgerton (Luke Newton) e Penelope Featherington (Nicola Coughlan), surgiu em cena um casal existente no 6º livro de Julia Quinn, mas não da forma descrita nas páginas literárias.

A história de Francesca Bridgerton (Hannah Dodd) atraiu a curiosidade do público por despertar o interesse de dois pretendentes. Tudo indicava que ela estava encantada pelo Lorde John Stirling (Victor Alli), pelo menos até a chegada de Michaela Sirtling (Masali Baduza), uma prima do rapaz.

Troca de gênero

A inclusão da “nova personagem” espantou os fãs ferrenhos dos livros escritos por Julia Quinn, que notaram uma mudança de gênero. Na saga literário, é Michael Stirling, o primo de John, quem se envolve amorosamente com Francesca, após virar Lorde com a morte prematura do parente. Michael virou Michaela e, caso a história siga os livros, viverá um romance lésbico com Francesca, detalhe inexiste na trama original. Esta, claro, não será a primeira mudança feita pelos produtores, que trocaram a etnia de vários personagens, que são brancos nos livros.

Vai ter casal lésbico

Em entrevista à revista Glamour, a showrunner Jess Brownell defendeu a nova mudança, afirmando que o título “O Conde Enfeitiçado”, de Julia Quinn, deixava um “terreno fértil tematicamente para contar uma história queer”.

“Existem também alguns elementos de sua história que nos permitem ter certeza de que podemos contar um final muito feliz para Francesca e Michaela. Foi importante para mim, ao contar uma história queer, que pudéssemos dar-lhes um feliz para sempre, como fizemos com todos os outros casais”, justificou ela.

Reação dos fãs

A mudança de gênero e a expectativa de um casal lésbico abalaram as estruturas dos fãs mais emocionados, que se dividiram nas redes sociais: “Não mudem os casais dos livros, podem fazer qualquer mudança, mas não toquem nos casais”, reclamou um perfil do X (antigo Twitter).

“Imagina escolher logo o único homem que ficou anos apaixonado pela mulher, […] o primeiro casal que o homem se apaixona primeiro e decidiram mudar pra uma mulher, pra quê?”, questionou outro usuário, que foi apoiado pelos seguidores.

Por outro lado, a representatividade agradou alguns espectadores que não economizaram elogios à nova temporada. “Essa cena mudou o rumo da minha vida. O bi panic de Francesca Bridgerton transparecendo no olhar e em toda sua linguagem corporal; o jeito sarcástico e confiante de Michaela Stirling; a narração da Lady Whistledown casando perfeitamente com o momento. THIS IS CINEMA”, declarou mais um.

“Simplesmente amei a mudança de Michael pra Michaela, e se irritou o fandom homofóbico de ‘Bridgerton’ é porque a Shonda acertou em cheio, nada nessa série é uma representação fiel do século 19 e é adaptação dos livros”, completou outro perfil.

Confira as principais reações.