Spcine inaugura plataforma digital para o cinema brasileiro

A Spcine, iniciativa cultural mais importante da gestão Haddad na Prefeitura de São Paulo, vai ampliar seu alcance reduzido com um grande reforço digital na atual administração Dória. A partir de quinta-feira […]

A Spcine, iniciativa cultural mais importante da gestão Haddad na Prefeitura de São Paulo, vai ampliar seu alcance reduzido com um grande reforço digital na atual administração Dória. A partir de quinta-feira (23/11), começará a funcionar a Spcine Play, uma plataforma de vídeo sob demanda (VOD, na sigla em inglês) dedicada exclusivamente a filmes nacionais, que pode revolucionar a distribuição do cinema brasileiro.

A plataforma foi desenvolvida pela Spcine em parceria com a O2 Play, da produtora O2 Filmes, e o Hacklab, um laboratório de produções digitais, e quer ser “uma janela privilegiada para o cinema brasileiro no mercado de VOD”, nas palavras do secretário da Cultura de São Paulo, André Sturm, de reconhecida militância cineclubista em São Paulo.

Em seu lançamento, a plataforma terá apenas 10 filmes, mas porque vai iniciar a operar em versão de teste – que deve, porém, ser longa: na apresentação do projeto, falou-se em seis meses. Entre os filmes disponibilizados, estão produções recentes e premiadas, como “Mãe Só Há Uma”, de Anna Muylaert, “Califórnia”, de Marina Person, e a animação “O Menino e o Mundo”, indicada ao Oscar. Cada filme poderá ser “alugado” por R$ 3,90 por sete dias.

O mais importante é que o lucro resultante dos aluguéis dos filmes será divido igualmente com os produtores da obra: ficarão com metade dos valores cobrados aos consumidores. Isto é mais que revolucionário, até subversivo num mercado dominado por distribuidoras multinacionais, cujo padrão de atuação é colocar um único blockbuster americano em cartaz simultaneamente em metade do total das telas disponíveis no país, limitando as estreias nacionais ao eixo Rio-São Paulo.

Ao apresentar o projeto, Strum ressaltou a revolução possível para a produção brasileira com este projeto, que pode ser usado para levar filmes até o público de cidades sem cinemas. “O filme estreia em São Paulo, mas não vai passar em João Pessoa, em Campina Grande. Então por que não pensar em soluções em que a gente estreia no cinema em São Paulo, Rio, Porto Alegre, e no VOD em praças em que não há cinema? Acho que a SPcine vai possibilitar, no segundo momento, que a gente trabalhe lançamentos de filmes de maneira mais criativa e eficiente.”

Por ser um projeto da administração pública, a Spcine Play também terá a transparência que a Netflix não tem. “A parte pública do nosso tripé exige isso e estamos felizes em fazer isso. A ideia é que a gente faça um relatório colocando para o mercado dados como quais municípios mais acessaram a plataforma”, afirmou Igor Kupstas, diretor da O2 Play.

Infelizmente, a Spcine Play não terá aplicativo próprio, o que é um complicador tecnológico frustrante, que se soma à limitada oferta de títulos. Mas um passo de cada vez também gera movimento. Por enquanto, a plataforma pode ser acessada em dispositivos móveis pelos navegadores Chrome e Firefox neste link.

Veja abaixo o vídeo de divulgação do projeto e, a seguir, a lista de filmes disponíveis na Spcine Play.

Lista de filmes da Spcine Play

“A Batalha do Passinho”(2013), de Emílio Domingos.
“As Fabulas Negras”(2014), de Rodrigo Aragão, Petter Baiestorf, Joel Caetano e José Mojica Martins.
“Ausência” (2015), de Chico Teixeira.
“Califórnia” (2015), de Marina Person
“De Menor” (2014), de Caru Alves de Souza.
“Lira Paulistana e a Vanguarda Paulista” (2013), de Riba de Castro.
“Mãe Só Há Uma” (2016), de Anna Muylaert.
“O Menino e o Mundo” (2013), de Alê Abreu.
“Paratodos” (2016), de Marcelo Mesquita.
“Uma Noite em Sampa” (2016), de Ugo Giorgetti.