Ricardo Darin refuta fama de “Harvey Weinstein argentino” após acusações de duas atrizes

O ator argentino Ricardo Darín, acusado de maus-tratos pelas atrizes Valeria Bertuccelli e Érica Rivas, rompeu o silêncio para se defender. Apesar de confirmar os desentendimentos, ele afirmou que isso não devia […]

O ator argentino Ricardo Darín, acusado de maus-tratos pelas atrizes Valeria Bertuccelli e Érica Rivas, rompeu o silêncio para se defender. Apesar de confirmar os desentendimentos, ele afirmou que isso não devia ser atrelado às denúncias de assédio e violência sexual, que se espalham pela cobertura da indústria do entretenimento atual.

“Estou chocado e devastado. Estou atônito. E tentando entender como as coisas aconteceram e por que elas foram se transformando em outras”, disse o astro de “Relatos Selvagens” a uma jornalista do programa de TV “Los Ángeles de la Mañana”, que o abordou no aeroporto de Buenos Ayres na segunda-feira (18/6), quando o ator desembarcou de Mendonza, onde apresentou a peça “Escenas de la Vida Conyugal”.

Na semana passada, Valeria Bertuccelli revelou, em outro programa de TV argentino, que abandou o elenco original da mesma peça em 2014, por causa de Darín. “Ele me tratou de uma maneira que não se trata uma colega de trabalho”, desabafou a atriz. “Fiquei muito mal, cheguei a desmaiar. Muitas vezes coisas do gênero acontecem, e sempre busco resolvê-las da melhor maneira: conversando. Mas o que aconteceu foi gravíssimo”, completou, sem entrar em detalhes.

Valeria disse que resolveu deixar a peça, fechando um acordo com equipe, elenco e assessoria de imprensa de que o motivo divulgado seria uma proposta de um filme a ser feito por ela. Mas não foi isso que foi publicado na imprensa na época. “Inventaram que eu havia me apaixonado por Ricardo, e que o que eu sentia era tão forte que só havia contado a meu marido, que teria me tirado imediatamente da obra. Foi cruel.”

Esta denúncia foi suficiente para resgatar boatos de desentendimentos com Érica Rivas, com quem Darín filmou “La Cordillera” (2017) no ano passado. Houve até quem dissesse que Rivas teria ido à polícia denunciar o ator, que desmentiu.

Darín reconheceu que ele e Rivas tiveram “uma grande discussão”, mas acreditava que isso tinha sido superado.

“É um momento de hipersensibilidade social, e aproveitar-se desta conjuntura para colocar esses episódios como uma questão de violência de gênero é muito perverso e não me parece casual. É algo muito infantil. Não sei o que comentar. Com Érica (Rivas), tivemos uma grande discussão em determinado momento. Encaminhei um pedido de desculpas a ela, que não foi aceito. Gostaria de falar com ela”, disse o ator. “É doloroso porque é muito difícil se defender quando tudo vai ser mal interpretado”, continuou Darín. “Me colocaram no grupo dos indesejáveis. Dos que maltratam, são agressivos, violadores em série. Houve uma publicação americana que falou em ‘Harvey Weinstein argentino'”.

Com voz embargada, ele comentou que estava “sujo no mundo inteiro”. “Nunca vou conseguir limpar meu nome e uma reputação construída durante toda uma vida”, lamentou, dizendo que sentia “chocado e ferido”. Mas não quis dar sua versão para os acontecimentos. “Adoraria pode falar, mas não posso fazê-lo agora. Preciso ser inteligente. Tenho que cuidar da minha família. Isso não envolve somente a mim, mas também minha mulher, que é uma grande defensora dos direitos das mulheres, minha filha, minhas amigas”, concluiu.

Para completar, Florencia Bas, mulher de Darín, compartilhou em seu perfil numa rede social a carta de outra atriz, Vanesa Weinberg, que se queixou de como foi difícil trabalhar com Bertucelli. Weinberg chamou Bertuccelli de “rainha do desrespeito” e disse que se ela quiser “paz interior” terá de se desculpar com muita gente.