Vida de Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio, vai virar filme

A vida de Marielle Franco, vereadora carioca executada a tiros durante o atual período de intervenção militar no Rio de Janeiro, vai virar filme. Segundo o jornal O Globo, o projeto será […]

A vida de Marielle Franco, vereadora carioca executada a tiros durante o atual período de intervenção militar no Rio de Janeiro, vai virar filme. Segundo o jornal O Globo, o projeto será realizado pela produtora Paula Barreto (“Lula, o Filho do Brasil”), com roteiro de João Paulo Reys (“Vampiro 40º) e Flavia Guimarães (“Berenice Procura”), e trilha do músico Jorge Mautner.

“Eu já conhecia a Marielle porque ela era uma das melhores amigas da minha filha, mas foi assistindo a um depoimento dela em um documentário do João Paulo Reys sobre a intervenção do Exército durante as Olimpíadas, ainda em fase de finalização, que percebi como ela era extraordinária. Logo depois, aconteceu o assassinato”, contou Paula Barreto ao jornal carioca.

O longa, que ainda não tem diretor nem títulos definidos, vai focar na origem de Marielle, que cresceu na favela da Maré e se tornou uma líder popular, virando a 5ª vereadora mais votada no Rio. Seu trabalho como vereadora foi focado em denunciar abusos da polícia, violações de direitos humanos e violência contra as mulheres e a comunidade LGBT. Ela própria era representante de diversas “minorias”: uma mulher negra, nascida na favela, que vivia um relacionamento homossexual.

A ideia é incluir na produção atores e equipe vindos da Maré, e destinar a renda obtida aos moradores do complexo.

Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados a tiros na última quarta-feira (14/3), no centro da cidade, quando voltavam de um evento na Lapa.

“O que importa, agora, são os seus ideais”, disse a produtora, que espera que o filme sirva para conter as informações falsas sobre a vereadora espalhadas nas redes sociais. “Fiquei assustada quando entrei no Facebook e vi a quantidade de haters. Muita gente a denegrindo, sem saber se as informações são verdadeiras ou não. As pessoas não se preocupam em saber de onde vem a notícia. Há milhares de Marielles no Brasil, precisamos contar essa história”.