Kevin Spacey é criticado por usar acusação de assédio para se assumir gay

Pegou mal o fato de Kevin Spacey (série “House of Cards”) ter se assumido gay na esteira de uma acusação de assédio sexual, feita pelo ator Anthony Rapp (“Star Trek: Discovery”) ao […]

Pegou mal o fato de Kevin Spacey (série “House of Cards”) ter se assumido gay na esteira de uma acusação de assédio sexual, feita pelo ator Anthony Rapp (“Star Trek: Discovery”) ao BuzzFeed News, em que ele relatou um incidente ocorrido quando tinha 14 anos de idade. Várias pessoas reagiram de forma furiosa no Twitter, diante da impressão de que Spacey estaria tentando desviar o foco da alegação de abuso com uma notícia sobre sua sexualidade.

O roteirista Travon Free, dos programas “The Daily Show” e “Full Frontal with Samantha Bee”, fez comédia com a situação, transformando a polêmica num meme: “Anthony Rapp: ‘Kevin Spacey tentou me estuprar’. Mídia: “Kevin, como você responde a isso?’ Spacey: ‘uuh…uuhh… Ei, gente, eu sou gay!'”

“Kevin Spacey acaba de inventar algo que nunca existiu antes: uma má hora para se assumir”, reclamou o roteirista e ator Billy Eichner, da série “American Horror Story”.

“Tchau tchau, Spacey, adeus, é sua hora de chorar, é por isso que devemos nos despedir”, disse a atriz Rose McGowan, uma das primeiras a vir a público acusar Harvey Weinstein de assédio sexual.

“O comentário de Kevin Spacey foi errado em muitos níveis”, apontou o ator e roteirista Larry Wilmore, criador da série “Insecure”.

“Sair do armário não é o mesmo que se revelar como alguém que atacou um garoto de 14 anos. Misturar essas duas coisas é nojento. Isso expõe a comunidade gay a um milhão de críticas e conspirações velhas e cansativas. A distância que tivemos que caminhar para ficarmos longe da noção de que todos somos pedófilos é significativa. Uma pessoa famosa desviar dessas acusações com uma saída do armário é tão cruel com sua suposta nova comunidade que dói. Como você ousa nos envolver nisso?”, escreveu Richard Lawson, crítico da revista Vanity Fair.

“Não para o comunicado de Kevin Spacey. Não. Não há quantidade de embriaguez ou armário que desculpe ou explique o assédio a um criança de 14 anos. ‘Desculpe, senhor Spacey, mas sua ficha para entrar para a comunidade gay neste momento foi negada'”, ironizou o produtor e roteirista Dan Savage, da série “The Real O’Neals”.

“Em outras notícias, Kevin Spacey não negou de abusar sexualmente de Anthony Rapp quando ele era um garoto de 14 anos. Também culpou a embriaguez. Indesculpável”, escreveu o produtor Wajahat Ali, da série “The Secret Life of Muslims”.

“‘Claro, talvez eu tenha tentado estuprar um menino de 14 anos quando eu tinha 26, mas eu sou gay!’ é uma defesa horrível”, criticou o escritor Ben Shapiro, de “The Ben Shapiro Show”.

“Eu não me importo se Kevin Spacey é gay. Nós devíamos estar falando sobre as acusações de que ele assediou sexualmente uma criança”, reclamou a jornalista Sarah Harris, do programa “Studio 10”.

“Isto não diz respeito a você ser gay, Sr. Spacey, mas sobre você ser um alegado pedófilo”, escreveu o jornalista Piers Morgan, apresentador do programa “Good Morning Britain”.

“Eu continuou lendo esta declaração e ficando cada vez mais furioso. Se assumir é uma parte linda de ser gay. Juntar isso com uma vilania é completamente errado”, resumiu o jornalista Mark Harris, do site Vulture.