Diretor de Esquadrão Suicida abandona remake de Scarface

O diretor de “Esquadrão Suicida” (2016), David Ayer, não vai mais comandar o novo remake de “Scarface”. Segundo a revista Variety, o estúdio Universal pretendia apressar o começo das filmagens, o que […]

O diretor de “Esquadrão Suicida” (2016), David Ayer, não vai mais comandar o novo remake de “Scarface”. Segundo a revista Variety, o estúdio Universal pretendia apressar o começo das filmagens, o que causou conflito com a agenda do cineasta.

Ayer está atualmente trabalhando na pós-produção da sci-fi “Bright”, primeiro filme com orçamento de blockbuster da Netflix, estrelado por Will Smith, e está contratado pela Warner para filmar “Sereias de Gotham”, spin-off de “Esquadrão Suicida” centrado na personagem Arlequina.

Ele foi o segundo diretor a abandonar o projeto do novo “Scarface”. Ayer tinha assumido o lugar do diretor Antoine Fuqua (“Sete Homens e um Destino”), que também abandonou o filme por conflito de agenda – no caso, com as filmagens da sequência de “O Protetor” (2014).

Com a saída de Ayer, o estúdio está à procura de um novo diretor que possa filmar a produção até o fim do ano.

O ator mexicano Diego Luna (“Rogue One — Uma História Star Wars”) continua com o papel principal, como o novo Tony Montana.

Inspirada na ascensão de Al Capone, a história de “Scarface” já rendeu dois filmes cultuados: o original de 1931, dirigido por Howard Hawks e, segundo a lenda, aprovado pelo próprio Capone, e o remake de 1982, uma versão latina do gângster levada à extremos pelo diretor Brian De Palma.

O enredo de ambas as versões centra-se num imigrante, que procura ascender na sociedade por meio do submundo do crime. No primeiro filme, o personagem principal era um italiano (interpretado por Paul Muni), enquanto na versão dos anos 1980 era um cubano (Al Pacino). Ambos buscavam concretizar seu “sonho americano” através da violência.

Nesse contexto, a escalação de Luna, um ator mexicano, deve ter repercussão direta na trama, ao ecoar a política de Donald Trump em relação às fronteiras dos Estados Unidos.

A produção está a cargo de Martin Bregman, responsável pela versão lançada nos anos 1980.

Vale lembrar que os planos do remake têm uma década, desde que a Universal contratou o próprio David Ayer para escrever o primeiro roteiro. Desde então, a história foi revisada por Paul Attanasio (“Donnie Brasco”), reescrita por Jonathan Herman (“Straight Outta Compton: A História do NWA”), novamente revisada por Terence Winter (criador da série “Boardwalk Empire”) e, há apenas seis meses, mais uma vez reescrita pelos irmãos Coen (de “Fargo” e “Onde os Fracos não Tem Vez”).