Cinema brasileiro bateu recorde de ingressos vendidos em 2016

A Ancine (Agência Nacional de Cinema) divulgou seu relatório anual com os números do cinema brasileiro em 2016. A apuração revela que houve crescimento no público dos filmes nacionais. A fatia do […]

Os Dez Mandamentos Divulgação/Record TV

A Ancine (Agência Nacional de Cinema) divulgou seu relatório anual com os números do cinema brasileiro em 2016. A apuração revela que houve crescimento no público dos filmes nacionais. A fatia do mercado ocupada por filmes feitos no país atingiu 16,5% do total contra 13% do ano anterior.

Isto equivale a 30,4 milhões de ingressos vendidos. O número é recorde. Segundo a Ancine, trata-se do melhor resultado deste século. Na verdade, é o melhor desempenho do cinema nacional desde 1984.

O resultado foi impulsionado por “Os Dez Mandamentos – O Filme”, que vendeu 11,3 milhão de ingressos e acabou na 1ª posição entre os mais assistidos do ano, superando inclusive todos os lançamentos internacionais.

Em 2º lugar, ficou o fenômeno “Minha Mãe É uma Peça 2”. Ao todo, o filme já vendeu 8,1 milhões de ingressos e somou R$ 109 milhões de arrecadação. Mas as contas da Ancine se encerram em 31 de dezembro, contabilizando apenas os primeiros 10 dias em que o longa foi exibido, após estrear em 22 de dezembro. Neste período, a comédia estrelada por Paulo Gustavo foi vista por 4 milhões de espectadores, o que já foi mais que suficiente para deixar bem para trás o 3º lugar, “Carrossel 2 – O Sumiço de Maria Joaquina”, com 2,5 milhões de espectadores.

As comédias de estilo besteirol dominaram as bilheterias. Mas o cinema brasileiro também bateu recorde de filmes lançados comercialmente. Foram 134 estreias. Desde total, 29 foram dirigidos por mulheres, num aumento de 5,6% em relação a 2015. Duas diretoras, inclusive, comandaram blockbusters, como Cris D’Amato e Julia Rezende, responsáveis pelos besteiróis “É Fada!” e “Um Namorado Para Minha Mulher”, respectivamente.

Ainda segundo o relatório, o Brasil chegou ao fim do ano com 3.168 salas de exibição. Ainda não é recorde. Em 1975, o país tinha 3.276 salas. Mas o jeitinho brasileiro dá um jeito de dobrar o tamanho do circuito, projetando mais de um filme por sala simultaneamente, em sessões intercaladas.

Se, por um lado, a iniciativa poderia ter impacto positivo, ao permitir que mais filmes entrem em cartaz simultaneamente, por outro lado inclui o imponderável nas análises do mercado. Afinal, um circuito elástico, em que sempre cabe mais um filme na mesma sala, não tem tamanho determinado. Portanto, é inviável contabilizá-lo com base no número de salas, como se faz nos mercados mais desenvolvidos.