Bill Nunn (1953 – 2016)

Morreu o ator Bill Nunn, que ficou conhecido pelo clássico “Faça a Coisa Certa”, de Spike Lee, e por interpretar o editor do Clarim Diário na trilogia original do “Homem-Aranha”. Ele faleceu […]

Bill Nunn

Morreu o ator Bill Nunn, que ficou conhecido pelo clássico “Faça a Coisa Certa”, de Spike Lee, e por interpretar o editor do Clarim Diário na trilogia original do “Homem-Aranha”. Ele faleceu aos 62 anos no sábado (24/9) em sua casa, em Pittsburgh, na Pensilvânia, ao lado de sua família, após lutar contra um câncer.

O próprio Spike Lee deu a notícia em uma publicação em seu Facebook. “Radio Raheem está descansando agora. Deus o está protegendo”, escreveu o diretor, referindo-se ao personagem de Nunn em “Faça a Coisa Certa”, assim batizado por carregar um boom box (rádio-gravador) gigante, de onde saía a excelente trilha hip-hop do filme.

Nunn tinha estreado no cinema no longa anterior de Spike Lee, “Lute pela Coisa Certa” (1988), um ano antes de virar o estopim musical e dramático do melhor trabalho da carreira do diretor. Além de providenciar a trilha ambulante de “Faça a Coisa Certa”, Radio Raheem foi o estopim da revolta da trama, atual até hoje, ao morrer em um conflito com a polícia durante uma briga de rua no Brooklyn.

O atro voltou a trabalhar com Lee em mais dois filmes, inclusive no segundo melhor longa do cineasta, “Mais e Melhores Blues” (1990), e em outro clássico do período, “New Jack City – A Gangue Brutal” (1991), um dos dois filmes relevantes de Mario Van Peebles.

Sua participação em produções importantes do renascimento do cinema negro, que então começava a ser referido como afro-americano, chamou a atenção de Hollywood. E logo Nunn passou a parecer em dezenas de sucessos comerciais, contracenando com Robin Williams em “Um Conquistador em Apuros” (1990) e Harrison Ford em “Uma Segunda Chance” (1991), antes de vir a integrar franquias de sucesso, como a comédia “Mudança de Hábito” (1992), com Whoopie Goldberg, “Beijos que Matam” (1997), que lançou o personagem Dr. Alex Cross, vivido por Morgan Freeman, e, claro, “Homem-Aranha” (2002), do diretor Sam Raimi, em que viveu Robbie Robertson, o chefe amigo de Peter Parker (Tobey Maguire) na redação do Clarim, num franco contraste ao intempestivo publisher J. Jonah Jameson (J.K. Simmons). Nunn repetiu este papel nos três filmes da trilogia original.

Seu último longa foi “A Luta Por Um Ideal” (2012), em que retomou as produções de temática social, como o diretor de uma escola de pública enfrentando dificuldades. Depois, ainda integrou o elenco das duas temporadas da comédia “Sirens”, cancelada no ano passado.